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A CEIA DO SENHOR NA TEOLOGIA DE JOHN WESLEY - IV

A CEIA DO SENHOR NA TEOLOGIA DE JOHN WESLEY - IV

Dando sequência à reflexão sobre a teologia wesleyana acerca da Eucaristia, abordaremos hoje o que Wesley afirmava sobre a presença real de Cristo na Ceia. Para ele, o comer o pão e beber do cálice é o meio exterior e visível pelo qual Deus comunica à nossa alma toda a graça espiritual, a justiça, paz e gozo no Espírito Santo que foram comprados com o corpo de Cristo, uma vez despedaçado, e o sangue de Cristo, uma vez derramado por nós. Todo aquele, pois, que anela a graça de Deus, coma desse pão e beba desse cálice.           

A questão da presença real de Cristo na Ceia leva John Wesley a ratificar a doutrina protestante, atestada pelo décimo oitavo Artigo de Religião: “A transubstanciação ou a mudança de substância do pão e do vinho na ceia do Senhor, não se pode provar pelas Santas Escrituras, e é contrária às suas terminantes palavras; destrói a natureza de um sacramento e tem dado motivo a muitas superstições. O corpo de Cristo é dado, recebido e comido na ceia, somente de modo espiritual. O meio pelo qual é recebido e comido o corpo de Cristo, na ceia, é a fé.”

Wesley conclui, então, que, se os elementos não tornam-se o corpo e o sangue de Cristo, ou seja, o próprio Cristo, não devem assim ser adorados: “Admitimos livremente que Cristo deve ser adorado na Ceia do Senhor, porém negamos que os elementos devam ser adorados. Se Cristo não está presente corporalmente nos elementos, sua adoração é idolatria...”. Quanto a isto, o décimo oitavo Artigo de religião afirma: “O sacramento da ceia do Senhor não era, por ordenação de Cristo, custodiado, levado em procissão, elevado nem adorado.”

            É interessante notar que Wesley trabalha também a questão da fé daquele que recebe os elementos como necessária para que estes possam tornar-se a participação no corpo e sangue de Cristo. Vide, mais uma vez, o décimo oitavo Artigo de Religião: “A Ceia do Senhor não é somente um sinal do amor que os cristãos devem ter uns para com os outros, mas antes é um sacramento da nossa redenção pela morte de Cristo, de sorte que, para quem reta, dignamente e com fé o recebem, o pão que partimos é a participação do corpo de Cristo, como também o cálice de benção é a participação do sangue de Cristo.”

            Para Wesley, segundo o ponto de vista do Novo Testamento (confirmado pela experiência), a Ceia do Senhor é um meio de graça poderoso não só no sentido de comunicar graça santificadora, mas além disso, para alimentar aos convertidos e dar-lhes graça preveniente e justificadora, que leva à aceitação consciente de Cristo. Acerca do pensamento de João Wesley sobre a ministração da Ceia do Senhor para crianças, Wesley estava disposto a aceitar crianças batizadas, sempre que receberam instrução quanto ao significado da Santa Ceia.

            Que possamos, mediante o exercício da fé, ter a experiência da real presença de Cristo na comunhão da Ceia do Senhor.

 

Com “fraternura”,

Rev. Marcos Rodrigues Lima

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