O termo “Metodista” foi usado inicialmente para fazer referência a um pequeno grupo de estudantes da Universidade de Oxford, na Inglaterra. Nos primeiros anos da década de 1730, o grupo se reunia regularmente para estudo da Bíblia e oração, para receber a Comunhão e realizar ações de caridade. Com isso, esses estudantes deram origem a um movimento de renovação da espiritualidade na Igreja Anglicana, liderados pelos irmãos John e Charles Wesley. Comportamentos de piedade e de compromisso social não eram usuais naqueles tempos. A maneira como aqueles estudantes interpretavam a Bíblia também era um diferencial na Inglaterra de então. Comportamentos e princípios éticos passaram a representar um padrão para o avivamento evangélico que se seguiu.
Influenciados pelo Grupo religioso dos Morávios, John e Charles Wesley passaram a frequentar as reuniões de uma sociedade religiosa, em Londres. Em maio de 1738, ambos tiveram uma profunda experiência espiritual. Ao ouvir o “Comentário de Lutero à Epístola”, que o apóstolo Paulo escreveu aos romanos sobre a mudança que Deus opera no homem por meio da fé em Cristo, John sentiu que confiava em Cristo para a salvação, pois este levou sobre si os pecados da humanidade e os do próprio John. Charles, por sua vez, também teve sua experiência religiosa e escreveu mais de 6.000 hinos durante sua vida. John fez com que um movimento espontâneo se tronasse um corpo estruturado que deu origem posteriormente à Igreja Metodista, presente hoje no mundo todo.
As obras e a fé passaram a ser entendidas como essenciais para a integridade da vida cristã, na concepção wesleyana, fazendo com que o cuidado para com os pobres, prisioneiros, viúvas e órfãos assumisse importância considerável naquela perspectiva.
O início do Metodismo no Brasil remonta a 1835 quando a Igreja Metodista Episcopal dos Estados Unidos envia o Rev. F. Elliot Pitts ao Rio de Janeiro par avaliar o estabelecimento de uma missão no Brasil. A efetiva presença metodista se dá a partir de 1867, quando Junius Estaham Newman, com recursos próprios, estabelece residência em Santa Bárbara d’Oeste, S.P.
Newman passa a dar assistência pastoral naquela região aos imigrantes norte-americanos que ali se instalaram após o fim da Guerra de Secessão nos EUA. Em 1876, a Junta de Missões da Igreja Metodista Episcopal do Sul envia oficialmente seu primeiro missionário ao Brasil, Rev. John James Ranson, responsável pela criação da primeira publicação metodista no Brasil, o “Methodista Catholico”, que permanece até hoje com o nome de “Expositor Cristão”.
Quando J. E. Newman e sua família se instalaram em Piracicaba, SP, entre 1879 e 1880, as filhas Annie e Marie organizaram uma pequena instituição educacional, o Colégio Newman, considerado o precursor do Colégio Piracicabano, fundado em 1881 por Martha Watts, que deu origem, posteriormente, à Universidade Metodista de Piracicaba. Como aconteceu na Inglaterra e nos EUA, o metodismo brasileiro criou igrejas e escolas em muitas cidades onde se estabeleceu.
A emancipação da Igreja Metodista no Brasil em relação a Igreja norte-americana ocorreu em 2 de setembro de 1930. O primeiro bispo eleito pela Igreja foi um americano, Willian Tarboux. Em 1934, foi eleito o primeiro bispo brasileiro, César Dacorso Filho. A Igreja Metodista no Brasil conta hoje com mais de 300 mil membros, distribuídos em seis regiões eclesiásticas e dua regiões missionárias.
Ainda que a Igreja Metodista tenha diferentes símbolos nos países em que está presente, a marca com a cruz e a chama foi adotada no Brasil à semelhança do que ocorreu em outras partes do mundo, promovendo uma rápida identificação da insígnia com o grupo que ela representa.
A marca foi criada nos EUA em 1968, acompanhando o surgimento da United Methodist Church naquele país. Esta Igreja, por sua vez, é o resultado da fusão de duas denominações cristãs: a Igreja Metodista e a Igreja Evangélica dos Irmãos Unidos. Uma das interpretações sobre as duas línguas de fogo de uma única chama seria de que representam a união das duas denominações.
A cruz, que é um símbolo tradicional do cristianismo, foi anexada a uma chama única que se desdobra em duas línguas de fogo. Seu significado relaciona os metodistas a Deus por intermédio do Cristo ressurreto (por isto a cruz está vazia) e o Espírito Santo (a chama). A chama remete-nos ao Pentecostes, quando testemunhas presenciaram o poder do Espírito Santo e viram “línguas, como fogo” (Atos 2:3)
As partes que compõem a marca recordam-nos do momento na vida do fundador do metodismo, John Wesley, em que ele experimentou a presença de Deus e sentiu o coração “estranhamente aquecido”, conforme escreveu em seu diário em 24 de maio de 1738,
Kingswood School - Bath - Inglaterra
Igreja Metodista e Educação
Universidades, centros universitários, faculdades e escolas que compõe a Educação Metodista são instituições ligadas ao metodismo, desde suas origens. O metodismo surgiu entre estudantes da Universidade de Oxford, na Inglaterra, na primeira metade do século XVIII. Seu propósito era o de fomentar maior compromisso dos jovens com os valores cristãos. O principal líder do movimento foi John Wesley, que foi criado em ambiente cristão, sendo alfabetizado por sua própria mãe, e sempre deu valor à educação a partir de suas próprias vivências.
Wesley e o metodismo nascente desenvolveram peculiar sensibilidade e capacidade de oferecer respostas concretas a questões sociais, como a luta pelo fim da escravidão e pela educação de crianças de extratos sociais mais empobrecidos. Um atestado disso foi a fundação da Kingswood School, em 1748, nos arredores da cidade de Bath, Inglaterra, voltada aos filhos de trabalhadores nas minas de carvão.
Além de textos sobre educação de crianças, Wesley escreveu e publicou materiais para serem usados especificamente no contexto educacional. São cinco livros de gramática das línguas inglesa, grega, latina, alemã e francesa, uma história resumida da Inglaterra em quatro volumes, uma biblioteca cristã em 50 volumes e um compêndio de lógica, dentre outras obras didáticas para a Kingswood School.
Portanto, no trabalho de John Wesley e dos primeiros metodistas, há o embrião de uma concepção de educação em que a produção e a socialização do conhecimento caminham de mãos dadas. As escolas, faculdades e universidades metodistas estão presentes em mais de 60 países, contando com mais de 800 instituições.
|