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O Reino de Deus é como uma semente

O Reino de Deus é como uma semente

“E dizia-lhes Jesus: Acontece para o Reino de Deus como para um homem que joga a semente na terra; que ele durma ou vigie, de dia ou de noite, a semente germina e cresce e ele nem sabe como. A terra por si mesma produz fruto: primeiro a erva, depois a espiga e por fim o grão que enche a espiga. E quando o fruto amadureceu, imediatamente se lhe mete a foice, porque chegou o tempo da colheita.”

Reflexão Pastoral em Marcos 4.26-29

O evangelista Marcos relata uma parábola que não tem paralelos nos outros evangelhos, nem mesmo nos sinóticos (Mateus ou Lucas). Para se compreender essa parábola é preciso ater-se as dificuldades e objeções que o anúncio do Reino estava encontrando a partir do próprio fórum de discussão daqueles que se constituíam como seguidores ou discípulos de Jesus: especialmente porque muitos pareciam almejar resultados mensuráveis e mais tangíveis, como os zelotas e aqueles que tinham propensões apocalíticas (voltados para os cálculos ou que perguntavam quando é que o reino se cumpriria). Em certo sentido, se olharmos atentamente para o diálogo dos caminhantes de Emaús, perceberemos a tensão e perspectiva da restauração de Israel por aqueles caminhantes (especialmente um chamado Cleopas – Ver Lucas 24.18,21), mas nenhuma dessas expectativas nutridas tinham a ver com o Reino de Deus.

As parábolas de Jesus tem uma marca altamente pessoal Daquele que a anuncia e segue um esquema tripartido na sua apresentação. Que esquema é esse? Jesus apresenta a parábola (com uma fala dominada por antíteses ou “verdades de vida”), realça o porquê da parábola (que geralmente está ligada a metodologia comparativa) e por último, explica, geralmente em particular aos discípulos, o sentido da parábola. Talvez seu objetivo de revelar (tirar o véu das palavras) o sentido da parábola de forma reservada aos seus discípulos na maioria das vezes faça parte de sua estratégia de atraí-los para a realidade escondida do Reino de Deus, especialmente para Marcos.

Buscando, entretanto, a objetividade de nossa reflexão, é prudente analisarmos que a intenção de Jesus é evidenciar que a realidade do Reino de Deus pode ser comparada com aquilo que se verifica quando um homem lançou a semente e depois continua a sua vida ordinária até a colheita. Diferentemente das demais parábolas, essa que compara o Reino de Deus com a semente, é a explicação de todas as demais (seja a parábola do tesouro escondido no campo, seja qualquer outra...). Nesta parábola, temos “um pequeno quadro da vida agrícola que serve para esclarecer um aspecto da situação do homem (ser humano) perante o Reino de Deus”.

A confrontação desta parábola pode ser sugerida pelo contraste entre a vida tranquila (e até displicente) do lavrador e o misterioso germinar, crescer e amadurecer da semente, e pelo contraste (ainda) da falta de maiores preocupações de um lavrador com a semente ao semear e a força misteriosa e irresistível da terra que leva a semente a crescer, frutificar e amadurecer, sem que ele vigie a semente (ele nem sabe como...).

Em termos de uma análise wesleyana, lembramos que a parábola não é um convite ao quietismo[i], nem mesmo é preponderante à preguiça, mas é uma proposta de esperança que se fundamenta sobre a promessa eficaz de Deus: se a semente é lançada, a colheita fica garantida. É como diz o evangelista: “A terra por si mesma produz fruto: primeiro a erva, depois a espiga e por fim o grão que enche a espiga. E quando o fruto amadureceu, imediatamente se lhe mete a foice, porque chegou o tempo da colheita” (Mc 4.28-29).

Numa perspectiva de liberdade, que é como o Reino de Deus amadurece entre nós (no meio da gente), é um erro pensar que o somos depositários exclusivos da fé ou que somos únicos portadores da semente do Reino de Deus – O Reino de Deus precisa ser espalhado, por isso ele é como uma semente na mão de um semeador displicente! Nossa preocupação com a igreja tem uma perspectiva de preservação de suas bases, identidade e teologia. Devemos ter preocupação de fato com a igreja, mas na amplitude do Reino de Deus é diferente: temos um convite à liberdade do ser humano, um convite para sermos livres, libertos pela graça, pois a parábola indica a direção para a qual o projeto de Deus nos chama.

O QUE MAIS ME CHAMA A ATENÇÃO NESSA PARÁBOLA >> É que mesmo sob aparente displicência, temos um Deus presente, sabedor e conhecedor da nossa realidade, bem como das nossas necessidades.

 

Igreja Metodista Izabela Hendrix | IMIH

Culto do Dia 17 de abril de 2016

Tema: “Venha o Teu Reino” (Mt 6.10a)

Rev. Gercymar Wellington Lima e Silva

R. da Bahia, 2066 - Lourdes
Belo Horizonte - MG
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